As origens do Anekdoten remetem a 1990, quando três garotos suecos decidiram se juntar e montar uma banda de covers, tocando principalmente músicas do King Crimson. Chamada de “King Edward”, o grupo tinha Nicklas Berg nas guitarras e mellotron, Jan Erik Liljeström no baixo e na voz, e Peter Nordin na bateria e percussão. Com a chegada, em agosto de 1991, da bela Anna Sofi Dahlberg, para tocar mellotron e violoncelo, o grupo intensificou a composição de músicas próprias, e esta mudança “pediu” um novo nome para o quarteto, sendo escolhido então “Anekdoten” (“anedota”, em sueco).
Com o lançamento do primeiro disco, em 1993, o grupo tornou-se um dos principais nomes do rock progressivo do final do século XX, mantendo o status com os discos posteriores. Conheça agora a nada hilária, porém excelente, obra desta pouco conhecida anedota.
Vemod (‘melancolia’ em sueco) é uma obra prima. Para mim, é o melhor disco de progressivo lançado nos últimos vinte e oito anos (ou seja, desde Script for a Jester’s Tear, do Marillion). A sonoridade do grupo em sua estreia é totalmente baseada na “trilogia elétrica” do King Crimson (que compreende os discos Lark’s Tongues in Aspic, Starless and Bible Black e Red), porém sem soar como uma mera cópia destes, podendo ser considerado como se fosse a sequência não gravada de Red. “Karelia”, “The Old Man & The Sea” e “Where Solitude Remains”, a trinca que abre o disco, já serviriam para elevá-lo ao patamar de clássico, mas ainda há mais. Se “Thoughts In Absence” soa como uma prima-irmã de “Book Of Saturday” (do Rei Escarlate), “The Flow” flerta com o “Rock In opposition”, estillo do qual o King Crimson nunca se aproximou, mas que também rendeu belos frutos ao progressivo mundial. A única canção que foge do “contexto” é a última, “Wheel”, que parece uma sobra de estúdio de “Lizard” ou de “Island”, discos da fase anterior da maior influência do Anekdoten, o que não é nenhum problema. Se há algo a se reclamar (além da curta duração, pouco menos de 47 minutos), é do vocal de Jan Erik, com um forte sotaque que denuncia que o inglês não é a língua mãe do quarteto. Mas isso é apenas um detalhe menor em um álbum obrigatório a qualquer fã de rock progressivo, seja de qual vertente for.
Neste segundo disco, temos como diferencial a estreia de Nicklas Berg nos vocais (com o sobrenome curiosamente grafado como Barker no encarte), dividindo o posto com Jan Erik na pesada faixa-título, ou assumindo de vez o vocal principal, como em “Harvest”.
Outra mudança que chama a atenção é a reduzida presença do violoncelo de Anna Sofi, que só aparece na melancólica “Here”, na esquizofrênica “This Far from the Sky” e na calma “In Freedom”, que traz novamente Jan Erik e Anna dividindo os vocais, assim como “Wheel”, do disco anterior. Já a instrumental “Rubankh” mistura com maestria o lado “King Crimson” com a faceta mais melódica do som Anekdoten. Nucleus não traz uma grande mudança no estilo da banda, mas mesmo assim percebe-se um afastamento daquela sensação de “cópia do King Crimson” que Vemod transmite, com o grupo procurando um som próprio, distinto daquele executado por sua maior influência. Ainda não foi desta vez, mas nem por isso o quarteto deixou de acertar no alvo mais uma vez.
O terceiro registro de estúdio (lançado após um EP ao vivo, originalmente intitulado Live EP, de 1997) é um disco com um tom mais melancólico que os anteriores, afastando de vez a sombra do King Crimson do som da banda. A guitarra de Niklas não se destaca tanto, perdendo espaço para o mellotron, que domina a maioria das composições e causa uma sensação mais de tristeza do que de euforia à sonoridade geral, como comprovam a faixa-título, “Groundbound” e a instrumental “The Sun Absolute”. “Kiss of Life” e “Slow Fire” são um pouco mais agitadas, mas ainda mantém o clima “depressivo” do álbum, que se encerra com a balada acústica “For Someone” (com Niklas ao violão). Particularmente, considero este o disco mais fraco do Anekdoten, mas mesmo assim, é melhor que muita coisa lançada sob o rótulo de progressivo até aqui neste século XXI.
Foi com este disco que os suecos finalmente encontraram uma sonoridade característica. A melancolia que dominava o registro anterior foi mesclada com melodias fortes e empolgantes, muitas vezes levadas pelo violão ao lado do mellotron, deixando a guitarra quase totalmente em segundo plano. A faixa-título e as duas músicas iniciais, “Monolith” e “Ricochet“, já servem para indicar este como o legítimo sucessor de Vemod na discografia do quarteto, no que se refere à qualidade. A balada acústica “The War Is Over” rendeu o primeiro videoclipe oficial do Anekdoten, e tem o mesmo clima de “The Games We Play”, com o violão e os teclados tomando conta da melodia. “What Should But did not Die” tem um clima claustrofóbico, em contraponto com a quase alegria da instrumental “Seljak”, que encerra os trabalhos. Um grande álbum, que indicou um novo caminho para a sonoridade do grupo, sem se afastar de seu estilo original, mas alcançando finamente o “som próprio” tão procurado por tantas outras formações do rock mundial.
Seguindo a fórmula de Gravity, com muitos violões ao invés de muralhas de guitarras e o mellotron como destaque nas composições, o Anekdoten mantém o estilo que encontrou naquele álbum, embora sem o mesmo brilho. A abertura com “The Great Unknown” é o melhor momento do álbum, seguida de perto pela faixa seguinte, “30 Pieces“, e pela agitada “In for a Ride“, levada em um ritmo contagiante pelo mellotron. “A Sky About to Rain” é uma bela balada, complementada pela instrumental “Every Step I Take”, que funciona como uma espécie de coda para a faixa anterior. “Stardust and Sand” e “Prince of the Ocean” são mais lentas, e “King Oblivion” mais uma vez apresenta um clima sufocante, como em vários momentos da discografia dos suecos. Um álbum não tão bom quanto o anterior, mas ainda assim acima da média.
Bela coletânea dupla, que funciona como uma excelente porta de entrada ao universo do grupo (depois de Vemod, claro). No primeiro CD, músicas de Gravity e A Time of Day, além da faixa-título de From Within e da inédita “When I Turn“, balada levada pelo piano (tocado por Per Wiberg, do Spiritual Beggars e do Opeth, que também participa do disco de estreia do grupo), com um belo trabalho de mellotron, executado por Nicklas. No segundo CD, versões alternativas ou retiradas de demos para músicas dos três primeiros discos e de A Time of Day, com destaque para “Sad Rain”, pela primeira vez lançada oficialmente fora do Japão (em uma versão diferente da que saiu como bônus em Vemod naquele país). Uma pena não terem incluído a cover de “Lament”, do King Crimson, presente no bootleg Jurassic Demos, e as ausências de “Mars” e “Muscle Beach Benediction”, presentes na coletânea Progfest 94, e da cover de “Cirkus” (também do King Crimson) registrada na rara compilação This is an Orange, canções muito procuradas pelos fãs do grupo devido à dificuldade de se encontrar estes discos no mercado.
O catálogo do Anekdoten ainda conta com os registros ao vivo Official Bootleg: Live in Japan, de 1995, e Waking the Dead – Live in Japan, de 2005, que inclusive contam com músicas inéditas nos álbuns de estúdio.
Demorou oito anos, mas, finalmente, os suecos do Anekdoten saíram de seu período de hibernação e nos ofereceram um novo álbum de inéditas, o primeiro desde A Time of Day, lançado em 2007. Until All The Ghosts Are Gone, o sexto registro do grupo (se não contarmos álbuns ao vivo e a coletânea Chapters, de 2009), veio à luz em abril de 2015, mantendo a formação que o quarteto possui desde sua formação (Nicklas Berg nos vocais, guitarras, teclados e mellotron, curiosamente voltando a assumir no encarte o sobrenome Barker, adotado por ele já há algum tempo; Jan Erik Liljeström no baixo e vocais; Anna Sofi Dahlberg no mellotron, teclados e vocais; e Peter Nordin na bateria e percussão), e, para regozijo de seus apreciadores, apresentando também a mesma sonoridade baseada no estilo progressivo, a qual cativou a tantos fãs pelo mundo, ainda que algumas pequenas novidades sejam apresentadas aqui e ali ao longo dos pouco mais de quarenta e cinco minutos da obra.
Destes, mais de dez minutos pertencem a “Shooting Star“, os quais passam voando pelos seus ouvidos, devido à grande qualidade desta que é a faixa de abertura do registro. Com um começo pesado e agitado, a música traz uma timbragem “nova” para a sonoridade da banda, com a guitarra bastante rascante e o mellotron ocupando o fundo da canção, sempre soando de uma forma meio “sobrenatural” e até um pouco assustadora. Lá pelos dois minutos e meio, acontece uma mudança de andamento, e a composição se acalma, com a atmosfera geral ficando mais familiar aos fãs do grupo, e a música passando então a alternar entre partes mais rápidas e outras mais calmas, além da faixa possuir um longo trecho instrumental, onde o destaque fica para o “duelo” entre a guitarra de Nicklas e os teclados do músico convidado Per Wiberg (do Spiritual Beggars, e ex-integrante do Opeth), que já havia participado de outros discos dos suecos.
Se “Shooting Star” foi uma excelente escolha para início dos trabalhos de audição do álbum, é a faixa seguinte, “Get Out Alive“, quem parece ter sido composta para esta finalidade. Desde a sonoridade tristonha e meio melancólica que caracteriza o Anekdoten desde seu princípio, até os versos iniciais da letra (“Hello my friend, tell me how you been“), tudo na composição parece ter sido feito para o “reencontro” do grupo com seus fãs depois de tantos anos de afastamento, em uma faixa que certamente cairá nas graças daqueles que já foram convertidos à sonoridade do quarteto, assim como também agradarão a estes os mais de nove minutos de “Writing On the Wall“, que, apesar de não trazer grandes inovações à sonoridade geral da banda, tem uma qualidade evidenciada pelos longos trechos instrumentais e pela atmosfera melancólica e calma que o Anekdoten seguidamente apresenta em sua trajetória.
A faixa título apresenta-se como a mais curta do registro (passando por pouco dos cinco minutos), mas, apesar de soar familiar aos ouvidos já convertidos ao som dos suecos, e da presença do guitarrista convidado Marty Wilson-Piper (The Church, All About Eve) e da flauta do músico Theo Travis (que já colaborou em discos de gente como Porcupine Tree, Gong e Robert Fripp), a música não consegue decolar, soando como um “momento menor” no track list do álbum, assim como “If It All Comes Down to You”, a qual dá ainda mais destaque ao instrumento de Travis, mas que, apesar de ser bastante bela e contemplativa, não consegue atingir um nível de destaque perto das demais faixas.
A instrumental “Our Days Are Numbered“, com mais de oito minutos e meio, foi a escolhida para o encerramento do disco, e não decepciona o ouvinte, com uma sonoridade bastante variada, passando pelo clima melancólico tradicional do grupo, trechos macabros e assustadores, e passagens com bastante peso no baixo e na guitarra, além do mellotron sempre em evidência, com aquela sonoridade “estranha” e meio “ameaçadora” que Anna Sofi é excelente em extrair do instrumento, além de abrir um generoso espaço para o saxofone do músico convidado Gustav Nygren (do grupo New Rose, também sueco), o qual ajuda a dar um tom de “loucura geral” á sonoridade da faixa em certo ponto, em mais uma composição que entra para o rol dos “clássicos” do conjunto escandinavo.
Until All The Ghosts Are Gone não supera a obra prima que foi Vemod (disco de estreia do grupo, lançado em 1993), e talvez não venha a ser incluído por alguns sequer no “pódio” de melhores trabalhos do conjunto. Mas é uma bela adição à discografia do quarteto, e um dos melhores lançamentos progressivos de 2015. Só nos resta esperar que o próximo trabalho não demore tanto tempo para sair do forno! Texto: Micael Machado. Site Oficial.
Com o lançamento do primeiro disco, em 1993, o grupo tornou-se um dos principais nomes do rock progressivo do final do século XX, mantendo o status com os discos posteriores. Conheça agora a nada hilária, porém excelente, obra desta pouco conhecida anedota.
Vemod (1993)
Vemod (‘melancolia’ em sueco) é uma obra prima. Para mim, é o melhor disco de progressivo lançado nos últimos vinte e oito anos (ou seja, desde Script for a Jester’s Tear, do Marillion). A sonoridade do grupo em sua estreia é totalmente baseada na “trilogia elétrica” do King Crimson (que compreende os discos Lark’s Tongues in Aspic, Starless and Bible Black e Red), porém sem soar como uma mera cópia destes, podendo ser considerado como se fosse a sequência não gravada de Red. “Karelia”, “The Old Man & The Sea” e “Where Solitude Remains”, a trinca que abre o disco, já serviriam para elevá-lo ao patamar de clássico, mas ainda há mais. Se “Thoughts In Absence” soa como uma prima-irmã de “Book Of Saturday” (do Rei Escarlate), “The Flow” flerta com o “Rock In opposition”, estillo do qual o King Crimson nunca se aproximou, mas que também rendeu belos frutos ao progressivo mundial. A única canção que foge do “contexto” é a última, “Wheel”, que parece uma sobra de estúdio de “Lizard” ou de “Island”, discos da fase anterior da maior influência do Anekdoten, o que não é nenhum problema. Se há algo a se reclamar (além da curta duração, pouco menos de 47 minutos), é do vocal de Jan Erik, com um forte sotaque que denuncia que o inglês não é a língua mãe do quarteto. Mas isso é apenas um detalhe menor em um álbum obrigatório a qualquer fã de rock progressivo, seja de qual vertente for.
Nucleus (1995)
Neste segundo disco, temos como diferencial a estreia de Nicklas Berg nos vocais (com o sobrenome curiosamente grafado como Barker no encarte), dividindo o posto com Jan Erik na pesada faixa-título, ou assumindo de vez o vocal principal, como em “Harvest”.
Outra mudança que chama a atenção é a reduzida presença do violoncelo de Anna Sofi, que só aparece na melancólica “Here”, na esquizofrênica “This Far from the Sky” e na calma “In Freedom”, que traz novamente Jan Erik e Anna dividindo os vocais, assim como “Wheel”, do disco anterior. Já a instrumental “Rubankh” mistura com maestria o lado “King Crimson” com a faceta mais melódica do som Anekdoten. Nucleus não traz uma grande mudança no estilo da banda, mas mesmo assim percebe-se um afastamento daquela sensação de “cópia do King Crimson” que Vemod transmite, com o grupo procurando um som próprio, distinto daquele executado por sua maior influência. Ainda não foi desta vez, mas nem por isso o quarteto deixou de acertar no alvo mais uma vez.
From Within (1999)
O terceiro registro de estúdio (lançado após um EP ao vivo, originalmente intitulado Live EP, de 1997) é um disco com um tom mais melancólico que os anteriores, afastando de vez a sombra do King Crimson do som da banda. A guitarra de Niklas não se destaca tanto, perdendo espaço para o mellotron, que domina a maioria das composições e causa uma sensação mais de tristeza do que de euforia à sonoridade geral, como comprovam a faixa-título, “Groundbound” e a instrumental “The Sun Absolute”. “Kiss of Life” e “Slow Fire” são um pouco mais agitadas, mas ainda mantém o clima “depressivo” do álbum, que se encerra com a balada acústica “For Someone” (com Niklas ao violão). Particularmente, considero este o disco mais fraco do Anekdoten, mas mesmo assim, é melhor que muita coisa lançada sob o rótulo de progressivo até aqui neste século XXI.
Gravity (2003)
Foi com este disco que os suecos finalmente encontraram uma sonoridade característica. A melancolia que dominava o registro anterior foi mesclada com melodias fortes e empolgantes, muitas vezes levadas pelo violão ao lado do mellotron, deixando a guitarra quase totalmente em segundo plano. A faixa-título e as duas músicas iniciais, “Monolith” e “Ricochet“, já servem para indicar este como o legítimo sucessor de Vemod na discografia do quarteto, no que se refere à qualidade. A balada acústica “The War Is Over” rendeu o primeiro videoclipe oficial do Anekdoten, e tem o mesmo clima de “The Games We Play”, com o violão e os teclados tomando conta da melodia. “What Should But did not Die” tem um clima claustrofóbico, em contraponto com a quase alegria da instrumental “Seljak”, que encerra os trabalhos. Um grande álbum, que indicou um novo caminho para a sonoridade do grupo, sem se afastar de seu estilo original, mas alcançando finamente o “som próprio” tão procurado por tantas outras formações do rock mundial.
A Time of Day (2007)
Seguindo a fórmula de Gravity, com muitos violões ao invés de muralhas de guitarras e o mellotron como destaque nas composições, o Anekdoten mantém o estilo que encontrou naquele álbum, embora sem o mesmo brilho. A abertura com “The Great Unknown” é o melhor momento do álbum, seguida de perto pela faixa seguinte, “30 Pieces“, e pela agitada “In for a Ride“, levada em um ritmo contagiante pelo mellotron. “A Sky About to Rain” é uma bela balada, complementada pela instrumental “Every Step I Take”, que funciona como uma espécie de coda para a faixa anterior. “Stardust and Sand” e “Prince of the Ocean” são mais lentas, e “King Oblivion” mais uma vez apresenta um clima sufocante, como em vários momentos da discografia dos suecos. Um álbum não tão bom quanto o anterior, mas ainda assim acima da média.
Chapters (2009)
Bela coletânea dupla, que funciona como uma excelente porta de entrada ao universo do grupo (depois de Vemod, claro). No primeiro CD, músicas de Gravity e A Time of Day, além da faixa-título de From Within e da inédita “When I Turn“, balada levada pelo piano (tocado por Per Wiberg, do Spiritual Beggars e do Opeth, que também participa do disco de estreia do grupo), com um belo trabalho de mellotron, executado por Nicklas. No segundo CD, versões alternativas ou retiradas de demos para músicas dos três primeiros discos e de A Time of Day, com destaque para “Sad Rain”, pela primeira vez lançada oficialmente fora do Japão (em uma versão diferente da que saiu como bônus em Vemod naquele país). Uma pena não terem incluído a cover de “Lament”, do King Crimson, presente no bootleg Jurassic Demos, e as ausências de “Mars” e “Muscle Beach Benediction”, presentes na coletânea Progfest 94, e da cover de “Cirkus” (também do King Crimson) registrada na rara compilação This is an Orange, canções muito procuradas pelos fãs do grupo devido à dificuldade de se encontrar estes discos no mercado.
O catálogo do Anekdoten ainda conta com os registros ao vivo Official Bootleg: Live in Japan, de 1995, e Waking the Dead – Live in Japan, de 2005, que inclusive contam com músicas inéditas nos álbuns de estúdio.
Until All The Ghosts Are Gone (2015)
Demorou oito anos, mas, finalmente, os suecos do Anekdoten saíram de seu período de hibernação e nos ofereceram um novo álbum de inéditas, o primeiro desde A Time of Day, lançado em 2007. Until All The Ghosts Are Gone, o sexto registro do grupo (se não contarmos álbuns ao vivo e a coletânea Chapters, de 2009), veio à luz em abril de 2015, mantendo a formação que o quarteto possui desde sua formação (Nicklas Berg nos vocais, guitarras, teclados e mellotron, curiosamente voltando a assumir no encarte o sobrenome Barker, adotado por ele já há algum tempo; Jan Erik Liljeström no baixo e vocais; Anna Sofi Dahlberg no mellotron, teclados e vocais; e Peter Nordin na bateria e percussão), e, para regozijo de seus apreciadores, apresentando também a mesma sonoridade baseada no estilo progressivo, a qual cativou a tantos fãs pelo mundo, ainda que algumas pequenas novidades sejam apresentadas aqui e ali ao longo dos pouco mais de quarenta e cinco minutos da obra.
Destes, mais de dez minutos pertencem a “Shooting Star“, os quais passam voando pelos seus ouvidos, devido à grande qualidade desta que é a faixa de abertura do registro. Com um começo pesado e agitado, a música traz uma timbragem “nova” para a sonoridade da banda, com a guitarra bastante rascante e o mellotron ocupando o fundo da canção, sempre soando de uma forma meio “sobrenatural” e até um pouco assustadora. Lá pelos dois minutos e meio, acontece uma mudança de andamento, e a composição se acalma, com a atmosfera geral ficando mais familiar aos fãs do grupo, e a música passando então a alternar entre partes mais rápidas e outras mais calmas, além da faixa possuir um longo trecho instrumental, onde o destaque fica para o “duelo” entre a guitarra de Nicklas e os teclados do músico convidado Per Wiberg (do Spiritual Beggars, e ex-integrante do Opeth), que já havia participado de outros discos dos suecos.
Se “Shooting Star” foi uma excelente escolha para início dos trabalhos de audição do álbum, é a faixa seguinte, “Get Out Alive“, quem parece ter sido composta para esta finalidade. Desde a sonoridade tristonha e meio melancólica que caracteriza o Anekdoten desde seu princípio, até os versos iniciais da letra (“Hello my friend, tell me how you been“), tudo na composição parece ter sido feito para o “reencontro” do grupo com seus fãs depois de tantos anos de afastamento, em uma faixa que certamente cairá nas graças daqueles que já foram convertidos à sonoridade do quarteto, assim como também agradarão a estes os mais de nove minutos de “Writing On the Wall“, que, apesar de não trazer grandes inovações à sonoridade geral da banda, tem uma qualidade evidenciada pelos longos trechos instrumentais e pela atmosfera melancólica e calma que o Anekdoten seguidamente apresenta em sua trajetória.
A faixa título apresenta-se como a mais curta do registro (passando por pouco dos cinco minutos), mas, apesar de soar familiar aos ouvidos já convertidos ao som dos suecos, e da presença do guitarrista convidado Marty Wilson-Piper (The Church, All About Eve) e da flauta do músico Theo Travis (que já colaborou em discos de gente como Porcupine Tree, Gong e Robert Fripp), a música não consegue decolar, soando como um “momento menor” no track list do álbum, assim como “If It All Comes Down to You”, a qual dá ainda mais destaque ao instrumento de Travis, mas que, apesar de ser bastante bela e contemplativa, não consegue atingir um nível de destaque perto das demais faixas.
A instrumental “Our Days Are Numbered“, com mais de oito minutos e meio, foi a escolhida para o encerramento do disco, e não decepciona o ouvinte, com uma sonoridade bastante variada, passando pelo clima melancólico tradicional do grupo, trechos macabros e assustadores, e passagens com bastante peso no baixo e na guitarra, além do mellotron sempre em evidência, com aquela sonoridade “estranha” e meio “ameaçadora” que Anna Sofi é excelente em extrair do instrumento, além de abrir um generoso espaço para o saxofone do músico convidado Gustav Nygren (do grupo New Rose, também sueco), o qual ajuda a dar um tom de “loucura geral” á sonoridade da faixa em certo ponto, em mais uma composição que entra para o rol dos “clássicos” do conjunto escandinavo.
Until All The Ghosts Are Gone não supera a obra prima que foi Vemod (disco de estreia do grupo, lançado em 1993), e talvez não venha a ser incluído por alguns sequer no “pódio” de melhores trabalhos do conjunto. Mas é uma bela adição à discografia do quarteto, e um dos melhores lançamentos progressivos de 2015. Só nos resta esperar que o próximo trabalho não demore tanto tempo para sair do forno! Texto: Micael Machado. Site Oficial.
Integrantes.
Atuais.
Peter Nordins (Bateria e Percussões)
Anna Sofi Dahlberg (Vocais, Violão cello, Mellotron)
Jan Erik Liljeström (Vocais, Baixo)
Nicklas Berg (Guitarra, Mellotron)
Anna Sofi Dahlberg (Vocais, Violão cello, Mellotron)
Jan Erik Liljeström (Vocais, Baixo)
Nicklas Berg (Guitarra, Mellotron)
Ex-Integrantes.
Helena Killander (Violão)
Simon Nordberg (Teclados, Piano)
Per Wiberg (Piano)
Pär Ekström (Trompete, Corneta)
Simon Nordberg (Teclados, Piano)
Per Wiberg (Piano)
Pär Ekström (Trompete, Corneta)
Senha dos Arquivos: muro
Password Files: muro
Vemod (1993)
01. Karelia (7:22)
02. The Old Man and the Sea (7:54)
03. Where Solitude Remains (7:21)
04. Thoughts in Absence (4:13)
05. The Flow (7:00)
06. Longing (4:56)
07. Wheel (7:54)
08. Sad Rain (2005 Japan Edition) (10:13)
01. Karelia (7:22)
02. The Old Man and the Sea (7:54)
03. Where Solitude Remains (7:21)
04. Thoughts in Absence (4:13)
05. The Flow (7:00)
06. Longing (4:56)
07. Wheel (7:54)
08. Sad Rain (2005 Japan Edition) (10:13)
Nucleus (1995)
01. Nucleus (5:13)
02. Harvest (6:57)
03. Book Of Hours (9:59)
04. Raft (0:59)
05. Rubankh (3:25)
06. Here (7:26)
07. This Far From The Sky (8:50)
08. In Freedom (6:32)
09. Luna Surface (Bonus Track) (6:41)
01. Nucleus (5:13)
02. Harvest (6:57)
03. Book Of Hours (9:59)
04. Raft (0:59)
05. Rubankh (3:25)
06. Here (7:26)
07. This Far From The Sky (8:50)
08. In Freedom (6:32)
09. Luna Surface (Bonus Track) (6:41)
Live EP (1997)
01. Nucleus (5:11)
02. The Flow (6:04)
03. A Way Of Life (8:11)
04. Karelia (6:04)
05. Sad Rain (Bonus Track) (10:08)
01. Nucleus (5:11)
02. The Flow (6:04)
03. A Way Of Life (8:11)
04. Karelia (6:04)
05. Sad Rain (Bonus Track) (10:08)
Official Bootleg: Live In Japan (1998)
CD 1.
CD 1.
01. Karelia (8:04)
02. The Old Man & The Sea (8:02)
03. Harvest (5:43)
04. Slow Fire (7:51)
05. Thoughts In Absence (3:39)
06. Road To Nowhere (4:56)
07. Book Of Hours (10:05)
08. The Flow (9:15)
02. The Old Man & The Sea (8:02)
03. Harvest (5:43)
04. Slow Fire (7:51)
05. Thoughts In Absence (3:39)
06. Road To Nowhere (4:56)
07. Book Of Hours (10:05)
08. The Flow (9:15)
CD 2.
01. Groundbound (7:31)
02. Where Solitude Remains (7:58)
03. Wheel (8:58)
04. Tabatah (9:39)
05. Nucleus (6:10)
06. Rubankh, Part 1 & 2 (12:49)
02. Where Solitude Remains (7:58)
03. Wheel (8:58)
04. Tabatah (9:39)
05. Nucleus (6:10)
06. Rubankh, Part 1 & 2 (12:49)
From Within (1999)
01. From Within (7:26)
02. Kiss Of Life (4:40)
03. Groundbound (5:25)
04. Hole (11:09)
05. Slow Fire (7:26)
06. Firefly (4:50)
07. The Sun Absolute (6:39)
08. For Someone (3:30)
01. From Within (7:26)
02. Kiss Of Life (4:40)
03. Groundbound (5:25)
04. Hole (11:09)
05. Slow Fire (7:26)
06. Firefly (4:50)
07. The Sun Absolute (6:39)
08. For Someone (3:30)
Gravity (2003)
01. Monolith (6:07)
02. Ricochet (5:45)
03. The War is Over (4:42)
04. What Should But Did Not Die (6:43)
05. SW4 (6:04)
06. Gravity (8:20)
07. The Games We Play (3:25)
08. Seljak (5:16)
01. Monolith (6:07)
02. Ricochet (5:45)
03. The War is Over (4:42)
04. What Should But Did Not Die (6:43)
05. SW4 (6:04)
06. Gravity (8:20)
07. The Games We Play (3:25)
08. Seljak (5:16)
Waking The Dead: Live In Japan (2005)
01. Monolith (6:26)
02. From Within (7:58)
03. Kiss Of Life (4:44)
04. Hole (11:18)
05. SW4 (6:00)
06. Moons Of Mars (2:39)
07. The Sun Absolute (5:17)
08. Ricochet (5:54)
09. Gravity (9:27)
10. This Too Will Pass (7:09)
11. Sad Rain (12:04)
01. Monolith (6:26)
02. From Within (7:58)
03. Kiss Of Life (4:44)
04. Hole (11:18)
05. SW4 (6:00)
06. Moons Of Mars (2:39)
07. The Sun Absolute (5:17)
08. Ricochet (5:54)
09. Gravity (9:27)
10. This Too Will Pass (7:09)
11. Sad Rain (12:04)
A Time Of Day (2007)
01. The Great Unknown (6:23)
02. 30 Pieces (7:13)
03. King Oblivion (5:02)
04. A Sky About to Rain (6:30)
05. Every Step I Take (3:06)
06. Stardust and Sand (4:30)
07. In for a Ride (6:47)
08. Prince of the Ocean (5:30)
01. The Great Unknown (6:23)
02. 30 Pieces (7:13)
03. King Oblivion (5:02)
04. A Sky About to Rain (6:30)
05. Every Step I Take (3:06)
06. Stardust and Sand (4:30)
07. In for a Ride (6:47)
08. Prince of the Ocean (5:30)
Folkoperan (Live 2009)
01. The Old Man and the Sea (8:44)
02. Slow Fire (7:27)
03. Thoughts in Absence (3:55)
04. Book of Hours (10:05)
05. Karelia (6:23)
06. Nucleus (5:32)
07. Wheel (9:19)
08. Tabatah (4:21)
01. The Old Man and the Sea (8:44)
02. Slow Fire (7:27)
03. Thoughts in Absence (3:55)
04. Book of Hours (10:05)
05. Karelia (6:23)
06. Nucleus (5:32)
07. Wheel (9:19)
08. Tabatah (4:21)
Chapters (Coletânea 2009)
CD 1.
CD 1.
01. Ricochet (5:45)
02. The Great Unknown (6:22)
03. From Within (7:25)
04. In For A Ride (6:47)
05. The War Is Over (4:39)
06. Monolith (6:08)
07. A Sky About To Rain (6:30)
08. Every Step I Take (3:07)
09. Groundbound (5:23)
10. Gravity (8:23)
02. The Great Unknown (6:22)
03. From Within (7:25)
04. In For A Ride (6:47)
05. The War Is Over (4:39)
06. Monolith (6:08)
07. A Sky About To Rain (6:30)
08. Every Step I Take (3:07)
09. Groundbound (5:23)
10. Gravity (8:23)
CD 2.
01. Sad Rain (Alt Mix) (10:17)
02. Wheel (7:54)
03. The Old Man & The Sea (7:51)
04. Nucleus (Demo) (5:46)
05. Book Of Hours (Demo) (9:36)
06. This Far From The Sky (Demo) (9:17)
07. 30 Pieces (Demo) (6:58)
08. Prince Of The Ocean (Demo) (5:41)
02. Wheel (7:54)
03. The Old Man & The Sea (7:51)
04. Nucleus (Demo) (5:46)
05. Book Of Hours (Demo) (9:36)
06. This Far From The Sky (Demo) (9:17)
07. 30 Pieces (Demo) (6:58)
08. Prince Of The Ocean (Demo) (5:41)
Until All The Ghosts Are Gone (2015)
01. Shooting Star (10:11)
02. Get Out Alive (7:32)
03. If It All Comes Down To You (5:53)
04. Writing On The Wall (9:03)
05. Until All The Ghosts Are Gone (5:07)
06. Our Days Are Numbered (8:36)
01. Shooting Star (10:11)
02. Get Out Alive (7:32)
03. If It All Comes Down To You (5:53)
04. Writing On The Wall (9:03)
05. Until All The Ghosts Are Gone (5:07)
06. Our Days Are Numbered (8:36)
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